segunda-feira, 1 de agosto de 2011

8º Excerto do Livro "Contos de Sintra - Volume I"

    Se o soubesse, se por da vida acaso conhecesse o mais vidente que para acreditá-lo, em joelhos me rogasse que de mim teu coração se encontrava carente, talvez já meu pranto não fosse fino manto que em refrigério meu corpo cobre nas mais frias noites de esquecido e sôfrego coração.

    Ah!, mas que digo eu? Como teu fingido coração, fingindo-as falsas emoções, palavras prego em intencionadas boas missivas que de teu ser fogem, e que para junto de meu forte braço, teu corpo, aroma de tua doce pele desejo que tragam.

    Tua ausência contudo não exaspero, teu funesto silêncio no vivo Mundo do qual distante me encontro, pois quanto forte braço de herói faz forte sua alma, em peito rasgado guardo trunfo que o possuindo, por glória de querer e por entre tenebrosos piares de corvos abismo maior ornando, à horda dos desprovidos de carne enlutados, em minha vontade e por meu nume aconselhado, me juntarei!

    Mas vem, comigo vem, esquecei áspidas palavras guardando em si não mais que melúrios sentimentos por preso desejo em mim, que clamando liberdade, que clamando tua alma desejam, apenas vem; entre as doces e airosas ramas, Primaveris prosseguiremos, entreolhando-nos em cúrveos prazeres de tórrido Verão, as mãos juntas que em colorados tons de matrimónio sob Outonais folhas em nós como chuva caindo, para a eternidade além Inverno, nos levarão.

© Direitos de Autor Registados na Inspecção Geral de Actividades Culturais (IGAC)

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