segunda-feira, 1 de agosto de 2011

4º Excerto do Livro "Contos de Sintra - Volume I"

    Como do Averno arauto, em não tangíveis cornos e cauda por mãos do olhar dos que do chão o avistassem, de bretão vermelho revestindo seu tronco no cimo de seu cavalo como se diabo de maléfica encarnada carne fosse sagitário montando, os olhos, os terríveis olhos que se aprestavam a anunciar o lançar da sorte entre homens que na neblina da guerra chocariam vida com morte sobre o verde prado daquele vale, como calmantes tapumes anjos suas pálpebras desceram, lavrando furiosos sulcos que de seus cantos irromperam rugas rasgando, no brotar de vento de seu peito que ar enfunando horríssono som da trombeta, invectiva o ar varrendo, por sertão e vales anunciava a força em melódico som de furiosa abertura de guerra que planície, colina percorria, envolvendo arbusto e árvore, ouvido adentrando, almas enraivecendo, pavores de trespassável pavês invocando. E os agitados artilheiros barretes que a vista do celeste horizonte tinha, agitados se moviam, acabrunhando-se com palmas lateralmente poupando os ouvidos, barretes cobriram, até que pelos vales em furioso disparar, a artilharia Bretã com sua Lusa irmandada, revelou o troar da guerra que funestas balas coriscante fuzil fazia os ares zunir.
    Os regimentos de cavalaria como negras bestas dos lados dos quinze mil coligados homens saindo, em revolta fúria pelos vales se lançaram, troncos cobertos por vermelhas e castanhas vestes, lanças descaindo, lanças voando, lanças à ilharga empunhadas os ares cruzando seguras pelas mãos de cavaleiros sedentos de corpos em azuis vestes trespassarem. Os regimentos de infantaria começaram a campo aberto avançar, esquecendo temores de saudosas mães que à luz seus filhos haviam dado, seu nato preparo para ali, em pátria ou dessa distando, sem o saber os perderem.

© Direitos de Autor Registados na Inspecção Geral de Actividades Culturais (IGAC)

Sem comentários:

Enviar um comentário